Você sente dor nos pés durante seus primeiros passos pela manhã ou após períodos prolongados de descanso?
A dor encontrada na parte inferior do pé perto do calcanhar é comumente conhecida como fascite plantar (FP). Esta é a lesão mais comum do pé tratada pelos profissionais de saúde. Estima-se que a FP ocorra em aproximadamente 2 milhões de americanos a cada ano e afete até 10% da população ao longo da vida.
A fáscia plantar é um tecido conjuntivo denso, fibroso, intimamente ligado ao calcanhar, dedos dos pés e a muitos dos músculos e estruturas circundantes na planta do pé.
Fonte: Internet
A principal característica da FP é a dor na região inferior do calcanhar medialmente, mais perceptível nos primeiros passos após um período de inatividade, mas também piora após o prolongamento de atividades de sustentação do próprio peso e muitas vezes iniciada por um aumento recente na atividade física. A dor pode reduzir após dar mais alguns passos ou realizar atividades leves, mas retorna repetidamente com atividades físicas prolongadas.
Fonte: Internet
O principal problema na FP é a dor no calcanhar durante atividades de sustentação de peso, principalmente a caminhada/ corrida, funções essenciais da vida esportiva, como se estivessem pisando sobre taxinhas. Os problemas de locomoção acarretados pela dor podem resultar em restrições de função e mudança de padrões de movimento para evitar ou minimizar a dor.Estas alterações podem ser evitar de pisar igual com os dois pés, diminuições significativas na cadência, velocidade da marcha, comprimento da passada e aumentos no tempo da passada.
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Executar um movimento de maneira incorreta faz com que o sistema músculo-esquelético gaste muito mais energia, pois o movimento incorreto altera o padrão de ativação muscular, hiperativando certos músculos, o que consequentemente provoca neles um aumento do gasto energético para executar um gestual esportivo. O excesso de energia gasta para realizar uma tarefa gera uma fadiga muscular excessiva, o que, concomitantemente, leva a uma piora ainda maior no padrão de movimento, já que um músculo cansado (fadigado) não consegue sustentar um movimento correto, resultando em um aumento de chance de se acontecer uma lesão.
De acordo com a revisão de literatura feita pelo autor Martin em 2014, os principais fatores de risco para se adquirir FP são:
As formas de tratamento, citadas pelo mesmo autor (Martin, 2014) de melhor evidência científica na literatura são:
Terapia manual, consistindo em mobilização articular e de tecidos moles, com o intuito de melhorar a mobilidade articular das extremidades inferiores e flexibilidade da panturrilha, deve ser recomendada para diminuir a dor e melhorar a função.
Exemplo de liberação miofascial, com propósito de melhorar a mobilidade do pé de forma aguda.
O alongamento específico da fáscia plantar e panturrilha deve ser usado para proporcionar alívio da dor a curto prazo (1 semana a 4 meses). A dosagem para os alongamentos podem ser 3 vezes ao dia ou 2 vezes ao dia, utilizando um tempo de alongamento prolongado (3 minutos) ou intermitente (20 segundos), com o mesmo resultado entre as duas formas.
Alongamento passivo da musculatura intrínseca do pé.
Deve-se usar taping antipronação para redução imediata da dor (até 3 semanas) e função melhorada. Além disso, pode ser usado tape elástico aplicado ao gastrocnêmio e à fáscia plantar para reduzir a dor a curto prazo (1 semana).
Fonte: internet. Taping rígido antipronação.
Fonte: Internet. Bandagem elástica para panturrilha e planta do pé.
O uso de palmilhas para os pés, pré-fabricadas ou personalizadas para apoiar o arco longitudinal medial e amortecer o calcanhar para reduzir a dor e melhorar a função por curto (2 semanas) a longo prazo (1 ano), especialmente naqueles indivíduos que respondem positivamente às técnicas de taping antipronação.
Usar de 1 a 3 meses talas noturnas, principalmente para aqueles que apresentam dor persistente nos primeiros passos da manhã.
Fonte: Internet. Exemplo de tala noturna.
A realização de exercícios de fortalecimento e treinamento de movimento para músculos que controlam a pronação (musculatura intrínseca do pé, tornozelo e do complexo lombar-pelve-quadril) é interessante para melhorar a qualidade de movimento, minimizando as tensões provenientes de movimentos compensatórios.
Exemplo de exercícios variando a pisada, para assim variar o estímulo das tensões impostas pelo treino.
Uso de uma toalha impõe mais tensão na musculatura intrínseca do pé durante este exercício.